sábado, 30 de outubro de 2010

Reunião da ONU termina com acordos de proteção a ecossistemas e recursos genéticos

Encontro foi marcado por divergências sobre formas de financiamento das medidas
EFE

A convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre biodiversidade terminou nesta sexta-feira (29) em Nagoya (Japão) com novos acordos de proteção dos ecossistemas e sobre recursos genéticos.
Os representantes de 193 países que participaram da 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade (COP10) estabeleceram cotas de proteção de 17% das superfícies terrestres e 10% das marinhas, e se comprometeram a adotar novas metas de financiamento para 2012.
O estabelecimento de acordos se deu após intensas negociações, devido às divergências entre os países desenvolvidos e emergentes. O principal ponto foi a adoção de um protocolo sobre o uso e distribuição dos benefícios derivados dos recursos genéticos.
Esses recursos estão vinculados ao conhecimento que os povos indígenas têm de plantas e microorganismos em seus territórios e que são essenciais para a elaboração de produtos farmacêuticos e cosméticos, entre outros.
A Venezuela manifestou sua oposição ao acordo de distribuição por considerar que expressam uma “marcada tendência à mercantilização da biodiversidade" e não refletem uma verdadeira vigilância contra a biopirataria. Cuba e Bolívia também manifestaram suas divergências em relação ao texto final, mas não se opuseram ao consenso. O protocolo de Nagoya deverá entrar em vigor em 2020, mas o Brasil pediu que a data seja adiantada para 2015. O ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryu Matsumoto, respondeu que a proposta brasileira “será levada em conta”, mas não entrou em detalhes.
Também foi aprovada a redução em 50% da taxa de destruição dos habitats naturais para 2020.
Financiamento
O último ponto debatido foi o do financiamento. Vários países esperavam valores maiores, mas o único compromisso adotado foi o de fixar metas para 2012 (ano em que a conferência será realizada na Índia). O documento sobre financiamento foi aprovado rapidamente por Matsumoto.
O representante boliviano, no entanto, protestou porque o texto recebeu sinal verde antes de seu discurso para defender a geração de mecanismos financeiros inovadores; por causa disso, ele disse que a Bolívia não poderia aceitar os três documentos.
Outro momento tenso foi o da divergência entre a UE (União Europeia) e Cuba sobre os procedimentos para a aprovação de documentos. Os europeus queriam a aprovação do protocolo do compromisso de financiamento e do plano estratégico em conjunto; a representação cubana, no entanto, solicitou que fossem debatidos separadamente – com apoio do Equador e da Bolívia.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ANP: novo poço pode ter mais petróleo que toda reserva do País




A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou nesta sexta-feira que o volume recuperável de petróleo na reserva pré-sal de Libra pode variar entre 3,7 bilhões e 15 bilhões de barris, sendo a estimativa mais provável de 7,9 bilhões de barris, de acordo com avaliação da certificadora Gaffney, Cline & Associates. "É importante destacar que somente este prospecto de Libra pode vir a ter um volume de óleo recuperável superior às atuais reservas provadas brasileiras, próximas de 14 bilhões de barris de petróleo", afirmou a ANP em nota.
O poço situa-se a 183 km da costa do Rio de Janeiro, em lâmina de água de 1.964 m. No caso de se confirmar a faixa mais alta da estimativa, Libra pode se configurar como a maior descoberta de petróleo no mundo desde 2000, quando o Cazaquistão identificou 17,2 bilhões de barris na área de Kashagan.
A reserva também superaria a área de Tupi, a principal no Brasil já descoberta, com reservas recuperáveis estimadas entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente.
"É importante destacar que somente este prospecto de Libra pode vir a ter um volume de óleo recuperável superior às atuais reservas provadas brasileiras, próximas de 14 bilhões de barris de petróleo", afirmou a agência, em comunicado.
Libra é uma área da União não-licitada e deverá integrar o primeiro leilão de reservas do pré-sal a ser realizado pelo governo, talvez em 2011, dentro do novo marco regulatório, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. A área não está incluída na cessão onerosa, como foi chamado o repasse pela União de reservas de petróleo à Petrobras em uma troca indireta por ações da companhia.
No entanto, a Petrobras, segundo o modelo no novo marco regulatório, seria a operadora única do pré-sal e teria participação mínima de 30% em todas as áreas que vierem a ser licitadas no futuro. De acordo com a ANP, até o momento, a profundidade atingida no poço em Libra é de 5.410 m, com 22 m perfurados no pré-sal. A profundidade final prevista, de cerca de 6.500 m, é estimada para ser alcançada no início de dezembro. Antes da eleição
O anúncio da ANP, feito dois dias antes do segundo turno das eleições, não surpreendeu alguns integrantes do mercado, que trabalhavam com um número para Libra semelhante ao cenário mais provável citado pela agência (7,9 bilhões de barris), como o próprio governo havia comentado anteriormente.

Mas o fato de a agência divulgar oficialmente uma estimativa foi considerado positivo, pois pode dar mais transparência para um eventual leilão no futuro.
"Nenhum bloco poderia ir para licitação sem ter anunciado o volume potencial desse bloco... Então acho que fica mais claro para o investidor o que ele está comprando", afirmou o analista da SLW Corretora Erick Scott, ponderando que a estimativa da ANP traz um intervalo muito largo.
Mesmo assim, ele considerou positivo o anúncio. "É diferente participar (de um leilão) e arrematar por um valor sem saber se vai achar petróleo. Agora não, pode participar sabendo que lá pode ter até 15 bilhões de reservas", acrescentou.
Para Scott, um leilão de Libra, mesmo que a Petrobras tenha 30% do bloco, como indica o projeto do novo marco regulatório, poderia atrair investidores e atingir patamares bilionários.
O analista Nick Chamie, do RBC Capital Markets, destaca que a sequência de descobertas de grandes reservas no Brasil funcionará como um catalisador positivo para o crescimento econômico do País, com a atração de investimentos.
"O crescimento vai seguir acima do potencial de 4,5% nos próximos 5 anos, levando a forte investimento, grande fluxo de capital e firme ciclo produtivo para meados da década", afirmou em nota o RBC, fazendo a ressalva, no entanto, que esta conjuntura continuará a estimular um fortalecimento do real. Pré-sal
As reservas da camada geológica do pré-sal estão entre as maiores do mundo. O governo estima que os blocos na região podem conter entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris, ou seja, cinco vezes as atuais reservas comprovadas do País. O maior campo identificado até então era o de Tupi, onde a Petrobras calcula que possa recuperar entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural.
O poço de Franco possui um volume de petróleo recuperável de 4,5 bilhões de barris. Iara, de propriedade da Petrobras, abriga reservas de entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris. Guará deve ter volume de óleo recuperável na faixa de 1,1 bilhão a 2 bilhões de barris de petróleo leve e Parque das Baleias, entre 1,5 bilhão a 2,5 bilhões.
Com informações da Reuters.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Paisagismo sustentável prioriza plantas nativas

Postado por Erick Oliveira

Por Gisele Eberspächer 

As plantas nativas podem ajudar na sustentabilidade de cada jardim. Isso ocorre principalmente por precisarem de menos nutrientes ou irrigação, já que estão adequadas às características específicas daquele clima.
Diacuy de Mesquita Fialho Crema, paisagista, comenta que o paisagismo não se restringe somente ao jardim, mas todas as regiões de céu aberto de uma casa ou edifício, sendo elementos naturais ou culturais.
“O paisagismo interage com todos estes elementos e busca soluções técnicas e uso de materiais que incrementem a sustentabilidade do projeto”, comenta Diacuy.
Paisagismo em condomínios.
Projeto da Diacuy em condomínio. (Foto: Divulgação)
Além disso, usar essas plantas tem outros benefícios, como sentimento de reconhecimento das pessoas com o local ou mesmo a perpetuação de espécies. E, em ambientes naturais, essas plantas já fazem parte de um ciclo – já que muitos animais se alimentam de determinadas frutas – e devem ser mantidas.
Para um projeto de paisagismo, características como onde está localizado, a topografia do terreno e a qualidade do solo são fatores determinantes de quais serão as plantas mais adequadas para aquela região. A quantidade de horas que o local fica exposto ao sol, por exemplo, deve ser adequada para o tipo de vegetação escolhida.
Uma maneira de adequar jardins que já estão prontos é utilizar os momentos de manutenção, como trocar as plantas que morreram pelas plantas da região.
Segundo Diacuy, como o Brasil é um país muito diversificado, é difícil definir genericamente qual a vegetação para cada região – o ideal é pesquisar essa informação para casa cidade.